Haddad abre vantagem de 10 pontos sobre Serra em SP

Datafolha mostra petista com 47% das intenções de voto; tucano tem 37%

O candidato do PT lidera entre os eleitores de Russomanno e entre os que optaram por Chalita no 1º turno

DE SÃO PAULO

A primeira pesquisa Datafolha para o segundo turno em São Paulo mostra o candidato do PT, Fernando Haddad, dez pontos à frente do tucano José Serra (PSDB).

No levantamento feito ontem e anteontem, Haddad alcançou 47% das intenções de voto totais, Serra obteve 37%. Declarações de voto em branco, nulo ou em nenhum dos dois somam 8%. Outros 8% não sabem em quem votar.

Pelo critério dos votos válidos (conta que exclui brancos e nulos), o petista vence o tucano por 56% a 44%.

Haddad lidera em quatro regiões da capital. Suas maiores vantagens ocorrem nos extremos leste e sul, as duas regiões mais populosas.

Na área denominada leste 2 pelo Datafolha -conjunto que agrupa Guaianases, Itaquera e São Mateus, entre outros distritos-, ele vence por 56% a 27%. Essa região reúne 20% do eleitorado.

Na sul 2 -Grajaú, Parelheiros e Santo Amaro, entre outros (21% do eleitorado)- ganha por 56% a 29%.

Já Serra tem mais pontos que Haddad nas regiões leste 1, norte 1, oeste e central, bem menores. Juntas, elas têm 38% do eleitorado.

O Datafolha também perguntou aos eleitores em quem eles votaram no primeiro turno. Assim, é possível medir o comportamento dos que optaram por Celso Russomanno (PRB), o terceiro da disputa com 21,6% dos votos válidos, e dos que optaram por Gabriel Chalita (PMDB), o quarto, com 13,6%. Haddad lidera nos dois grupos

Entre os que dizem ter votado em Russomanno, vence por 56% a 25%. Entre os que afirmam ter optado por Chalita, ganha por 43% a 34%.

Ontem à noite, Haddad evitou comemorar a liderança. "Temos muita humildade com esse resultado. Muita cautela", disse. Ele voltou a afirmar que espera receber votos dos eleitores de Chalita e Russomanno por considerar que as duas candidaturas também fizeram oposição ao prefeito Gilberto Kassab (PSD), apoiador de Serra.

No comitê tucano, o resultado gerou frustração. O PSDB especulava que uma diferença de até cinco pontos seria "realista" e "reversível".

Encomendada pela Folha em parceria com a TV Globo, esta rodada do Datafolha entrevistou 2.090 pessoas, o que resulta numa margem de erro de dois pontos.

O nível de confiança de 95%. Significa que, se fossem feitos 100 levantamentos com a mesma metodologia, os resultados estariam dentro da margem de erro prevista em 95 ocasiões.